O diretor do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) em Americana, Carlos Frederico Faé, estima que as indústrias da cidade que atendem o comércio varejista devem retomar a produção daqui a 10 ou 15 dias, ainda que de maneira parcial.
Para o representante industrial, o segmento está cauteloso, mas otimista com o relaxamento da quarentena autorizado pelo governador João Doria (PSDB).
Após pouco mais de dois meses fechadas, lojas de rua e shoppings reabrirão com restrições a partir da próxima segunda-feira. “Essa primeira semana, pelo que a gente percebeu, é colocar a casa em ordem de novo para atender e zerar os estoques”, afirmou.
De acordo com Faé, as empresas que atendem o varejo estão “praticamente paradas”, e ainda têm mercadorias estocadas por causa do fechamento abrupto do setor comercial. “Deve voltar nesse prazo de uma semana a escoar, para depois então a indústria voltar a produzir de acordo com o comportamento e a necessidade do comércio.”
Embora as restrições estaduais que entraram em vigor no dia 24 de março valessem apenas para estabelecimentos que atendem diretamente o público, como lojas de rua e restaurante, a indústria foi afetada por consequência. De portas fechadas, as lojas e concessionárias de veículos, por exemplo, passaram a vender muito menos e o setor produtivo estagnou.
Fábricas se valeram de medidas como antecipação de férias, suspensões de contrato de trabalho e redução de jornada, mas também houve demissões.
Caso da Denso, multinacional do setor automotivo em Santa Bárbara, que demitiu 150 pessoas.
Em Sumaré, a Honda interrompeu a produção – a assessoria de imprensa da empresa informou ontem que as atividades continuam suspensas.
TOTAL
Segundo o diretor do Ciesp, aproximadamente 15 das 110 indústrias associadas pararam totalmente a produção, o que representa 13% do total.
“A indústria está cautelosa, mas ao mesmo tempo está com otimismo que a retomada venha, mesmo que gradativa”, afirmou.
Podcast Além da Capa
Solidariedade e apoio aos necessitados marcam a luta contra o novo coronavírus (Covid-19) nas periferias da RPT (Região do Polo Têxtil). O LIBERAL visitou moradores do acampamento Roseli Nunes e da favela Zincão, em Americana, e da ocupação Vila Soma, em Sumaré, e observou como eles se unem para enfrentar as dificuldades provocadas pela pandemia. Nesse episódio, o editor Bruno Moreira recebe o repórter André Rossi, que esteve nas comunidades, para repercutir essa apuração.